Muito antes da SEGA nos agraciar com o Master System (lançado aqui no Brasil pela Tectoy), ela já tinha uma carreira estabelecida nos vídeogames. Lançou em 1983, no Japão, o SEGA Game 1000, que possuía o código de SG-1000, pelo qual ficou mais conhecido – se você pensa que a Nintendo foi menos criativa ao lançar seu vídeogame com o mesmo nome da empresa, pense de novo!
O hardware do SG-1000 tinha muitas semelhanças com o MSX: seu processador era um NEC 780C (clone do Z80A), 16KB de VRAM, mas apenas 2KB de RAM. Ele também utilizava como processador gráfico o TMS9928A, da mesma família do TMS9918A utilizado no padrão MSX1.
O console acompanhava um joystick (bastante parecido com o controle que acompanhava o Topgame VG-8000 da CCE, aqui no Brasil), modelo SJ-200.
O SG-1000 teve um sucesso moderado na Ásia, e chegou a ser lançado na Austrália e Nova Zelândia, África do Sul, assim como também em alguns países da Europa. Ele utilizava cartuchos verticais be característicos, que também eram compatíveis com o computador SC-3000 (SEGA Computer 3000) e vice-versa. Ele também possuía um conector para o teclado na traseira, para executar os softwares de SC-3000 que utilizavam o teclado.
SG-1000 II
Em 1984, a SEGA lançou uma versão redesenhada, o SEGA Game 1000 Mark II, que era basicamente o mesmo console, mas com um case redesenhado, novos controles e com o conector de teclado movido para a frente do console. Com a ascensão dos computadores pessoais nos anos 80, a SEGA tentou dar ao SG-1000 II um ar de “computador”, lançando o teclado SK-1100 seguindo o mesmo design desta nova versão do console.
O novo controle (modelo SJ-150) já era mais parecido com os joypads de hoje em dia, mas era desenhado para ser segurado na vertical, como o SJ-200, e possuía uma alavanca, removível que poderia ser rosqueada no centro do direcional digital (veja a imagem abaixo). Estes controles podiam ser guardados nos nichos nas laterais do console. Mais tarde o SJ-150 foi substituído pelo SJ-151, que é idêntico com exceção dos botões redondos ao invés de ovais.
Junto com ele foi lançado também um acessório chamado Card Catcher, que permitia o console rodar jogos em formato cartão – o “SEGA Card” (ou My Card no Japão), um formato de cartão similar ao Bee Card para MSX e o HuCard para PC Engine, que a SEGA estreou naquele mesmo ano. A idéia destes cartões era o barateamento de custos com relação aos cartuchos tradicionais, mas eles contavam com uma capacidade de armazenamento muito menor (32KB) o que limitava bastante os títulos lançados neste formato.
O SG-1000 II foi mais tarde substituído pela SEGA pelo Master System, que foi lançado no Japão como sendo o SG-1000 Mark III (ou apenas Mark III, como ficou popularmente conhecido. O Mark III possuía um design bastante similar ao Mark II, mas tinha o Card Catcher embutido, e utilizava cartuchos no mesmo formato que os utilizados nos SG-1000 e SC-3000, sendo retro-compatível com eles. Mais tarde, o Master System foi lançado no Japão com este nome – o mesmo usado no resto do mundo – com seu case preto e vermelho, como uma espécie de versão especial do Mark III, tendo incluso o adaptador para óculos 3D , sistema de Rapid Fire e o módulo FM de som embutidos (no Mark III, este módulo FM era um acessório opcional). Infelizmente, o resto do mundo não teve a sorte de ouvir os jogos de Master System com esse chip até que este fosse emulado nos PCs modernos, já que o módulo FM não fazia parte dos Master Systems lançados nos outros países.
Acessórios
Como era comum na época, o SG-1000 também contava com uma série de acessórios. Além do Card Catcher e do teclado SK-1100 já mencionados, havia o controle SH-400 para jogos de carro, o BH-400, para jogos de moto, como Hang-On, o Sega Graphic Board (tablet para desenho), o controle arcade SJ-300,
Clones
Assim como o NES/Famicom, o SG-1000 teve vários clones. Isso ocorreu devido à iniciativa da SEGA e permitir que outros fabricantes utilizassem o padrão do SC-3000, na esperança de criar um padrão internacional – que com a ascensão do MSX, falhou miseravelmente. Entre eles clones estão o Othello Multivision (que tinha esse nome pois vinha com Othello na memória), Pioneer TV Video Game Pack SD-G5, Dina 2 in 1 (híbrido SG-100 e ColecoVision) e o Fullwis Video Game FR-II.
Curiosidade…
O SG-1000 foi especialmente popular na Tailândia, onde é muito fácil encontrar material de segunda mão relacionado ao console, até hoje em dia – tanto que lá, além do Master System ser conhecido como Mark III (assim como no Japão), eles tiveram um Mark IV (Master System modificado, assim como nossos modelos exclusivos da Tectoy por aqui).
comerciais do SG-1000 II
Jogos
Jogos do SG-1000
Para conhecer os jogos disponíveis para o SG-1000, veja esta lista de reprodução do YouTube, que nós do MSX Resources criamos para você, com vídeos de vários jogos desta plataforma 😉
comerciais de jogos do SG-1000
Ficha Técnica
NOME: SG-1000 FABRICANTE: SEGA PAÌS DE ORIGEM: JAPÃO ANO: 1984 PROCESSADOR: NEC 780C CO-PROCESSADOR: TMS9928A (VDP) RAM: 16K (2KB) VIDEO RAM: 16KB RESOLUÇÃO: 256 x 192 SPRITES: 32 CORES: 16 SOM: SN7849
Galeria
Mais Informações:
…e o SC-3000?
Curioso? Não perca o próximo “Do Outro Lado da Cerca” na semana que vem! 😀
Fontes: Wikipedia (1), (2), (3), Sega Retro
3 comentários sobre “Do Outro Lado da Cerca: SEGA SG-1000”