Especial Parodius EXTRA: Otomedius (Parte 2 de 3)

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Confira a Parte 1 AQUI!

Por Kurt Kalata – 28 de Novembro de 2011

Otomedius / Otomedius G – Arcade / Xbox 360 (2007)

O mangá incluso no Otomedius do Xbox 360 explica o enredo vagamente – os Bacterians, os vilões dos jogos da série Gradius, invadiram a Terra e se misturaram na população. As personagens principais femininas, que também são do espaço exterior, vieram proteger os terráqueos, e se matricularam num colégio para se misturar. Aqui entra uma bobagem de comédia romântica juvenil, mas nada disso importa no jogo, que ignora tudo isso, e num nível mais básico, tem a mesma jogabilidade do Gradius (há também uma tentativa ridícula de se colocar todos os jogos de nave da Konami em uma espécie de “multiverso”, mas isso fica só nesse material suplementar).

Existem várias personagens para se escolher, cada um com seus próprio arsenal e ataques especiais, chamados de Bursts. Muitas delas são baseadas em naves ou personagens de outros jogos da Konami, e o mesmo se aplica à várias das vilãs. Estranhamente, a maioria das chefes de fase aparecem apenas em forma de retratos antes e depois da batalhas para te provocar – elas estão ou dando ordem para alguém ou pilotando uma nave, logo elas não aparecem no campo de jogo.

As Heroínas

Aoba Anoa
RV: Vic Viper

A personagem principal, visto que ela está presente em todas as peças de arte oficiais do jogo. Tecnicamente ela tem cabelos negros, mas ficam azuis quando ela se transforma sem sua forma RV. Sua configuração padrão de armas inclui o conhecido míssil para baixo, o Double, de dois tiros, um laser em linha reta, e os famosos Options; em outras palavras, o típico arsenal do Gradius. No segundo jogo ela tem uma forma secreta chamada Hyper Anoa, onde ela pilota a Metalion, a nave do Nemesis 2 do MSX.

 

Erul Tron
RV: Lord British

Lord British era o nome da nave do segundo jogador no Salamander/Life Force. Apesar de ser visualmente igual à Vic Viper exceto na cor, seu design e arsenal foram diferenciados um pouco no Gradius Gaiden. As armas padrão da Erul são o  Twin Missile, o laser Ripple (que também foi introduzido no Salamander como uma alternativa ao laser padrão) e o laser Cyclone, que se move de acordo com o movimento da sua nave. Seus Options são chamados de Multiples, que apesar de terem um pouco de delay no movimento, são idênticos aos da Aoba/Vic Viper.

 

Madoka
RV: Murdoch Viper

Madoka vem da série Twinbee, e é a neta do terrível Dr. Mardock, o vilão de Pop’n Twinbee. Apesar de aparecer bastante na arte do jogo, ela nunca foi um personagem selecionável em uma série até agora, onde ela pilota um mecanismo parecido com uma bicicleta, criado por ela mesma. Ela está equipada com um canhão Vulcan e com o mesmo Rocket Punch que o Twinbee tinha nos jogos da série Parodius. No Otomedius original, seus Options são iguais aos de todo mundo, mas ela conta com a ajuda de Twinbee, Winbee e Gwinbee no segundo jogo.

 

Diol Twee
RV: Serenity Viper

Amais velha do grupo, o que é percebido pelo seu colo extremamente amplo. Sua nave é baseada na Flintlock do XEXEX, apesar de isso ser um pouco difícil de perceber, já que, diferente das outras garotas, sua roupa amarela não corresponde à cor da nave à qual se refere. O único sinal disso são os tentáculos bizarros que ficam em volta,que são chamados de “flints”, e atuam com o seu ataque D-Burst (muito parecido com o ataque carregado do XEXEX) assim como seus Options, que voam ao redor d ela randomicamente, mas travam no lugar quando necessário.

 

Emon 5
RV: Xiel-Viper

O único membro do sexo masculino, Emon 5 é inspirado no Goemon, que é um personagem jogável tanto no Parodius do MSX quanto no Gokujou Parodius do Super Famicom. Além do seu cabelo espertado e do grande “kiseru” (bastão), o número “5” se pronuncia como “go”, então basta reorganizar suas sílabas para ter o seu nome. Suas armas vêm do Thunder Cross.

 

Tita Nium
RV: Big Core Examine

Representante do fetiche “crippled girl”, Tita Nium teoricamente é uma Bacterian. Sua RV é uma versão em miniatura da Big Core, o chefe recorrente desde o primeiro jogo da série Gradius.

 

Esmeralda
RV: Jade Knight

Esmeralda é baseada na Jade Knight do Gradius Gaiden, com as armas desta nave, como Round Laser e Pulse Laser. Disponível no primeiro Otomedius apenas como DLC para a versão console, mas é destravável no Otomedius Excellent ao se terminar o jogo com a Erul Tron.

 

Poini Coon
RV: Falchion Beta

A colega da Esmeralda é baseada na Falchion Beta do Gradius Gaiden, que por sua vez é vagamente baseada no caça do jogo de nave 3D do Famicom, Falsion. Conta com o Rolling Missile e arma Auto-Aim. Está disponível no primeiro Otomedius apenas como DLC para a versão console, mas pode ser destravada no Otomedius Excellent depois de se terminar o jogo com a Esmeralda.

 

Operator

A Operator não é um personagem jogável, mas ela narra boa parte da ação.

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As Vilãs

Eliza

Essa sereia gigante é o segundo chefe do Gokujou Parodius. Em Otomedius, ela é a chefe da ilha de San Salvador, e controla uma foca gigante montada numa ostra cor-de-rosa.

As Irmãs Gofa

Gofa é o inimigo final do Gradius II. Por muito tempo foi traduzido como “Gofer”, mas a tradução oficial da Konami diz o contrário. Ele é uma cabeça bizarra com o cérebro exposto, então por que o artista escolheu transformá-lo em duas garotinhas ao estilo “gothic lolita” é um mistério. Seus nomes são Munin e Hugin, e pilotam as naves L.B. Gofa e R. B. Gofa, respectivamente. Aparentemente elas deveriam representar os lóbulos esquerdo e direito do cérebro do seu mestre, Gofa. Elas podem lutar individualmente, mas também podem se conectar uma à outra usando um Eyegol, uma variação do Brain Golem (com cílios gigantescos), o chefe icônico da primeira fase do Salamander / Life Force.

Titi XIV

Este chefe egípcio é bastante inspirado em Nefrititi, e pilota uma nave de guerra enorme, chamada de Ship of Sun. Ela é do velho e ruim jogo de luta Martial Champion. (Estranhamente, ela é conhecida como Chaos em algumas versões do jogo, trocando de nome com um dos outros personagens. Isso provavelmente tem a ver com o fato do nome poder ser mal-pronunciado.)

Meta Lium

Meta Lium é a irmã mais velha da Tita Nium e, assim como ela, pilota uma nave Big Core.

Yoshiko

Ela é a chefe da fase da Ilha da Páscoa, apenas disponível como DLC, uma cabeça moai gigante. Uma vez derrotada, ela se torna humana e fica sem roupa.

Irene

A donzela em perigo do XEXEX morreu faz muito tempo, mas sua imagem e seu pedido de ajuda estão gravados no cheve da fase do Pólo Sul.

Otomedius foi lançado nos arcades japoneses em 2007, seguido de uma versão para Xbox 360 chamada Otomedius G. O estranho é que na versão para console, existem dois modos de jogo distintos. Na versão arcade original, chamada de Original Mode na versão para 360, você pode escolher jogar três (do total de quatro) fases em qualquer ordem. Cada uma tem como tema um lugar diferente do planeta: A Ilha de San Salvador Island com um tema de praia, Alexandia é a fase egípcia, Tóquio é a fase de cidade, e o Pólo Sul é uma fortaleza de gelo. Você pode escolher o nível de dificuldade de cada fase, uma mecânica que mais tarde foi usada também no Deathsmiles.

Se você sobreviver estas estas três fases, o jogo acaba. O objetivo aqui, como em vários jogos de nave da época, é fazer o maior score possível. Os jogos anteriores de Gradius nunca tiveram uma mecânica de pontuação muito elaborada, mas Otomedius moderniza isso um pouco, introduzindo o Burst System. Cada personagem tem um poder estilo-bomba, chamado D-Burst – um super ataque que transforma todos os inimigos mortos em cápsulas de power-up. Esta técnica é controlada por uma barra de energia de Burst separada, que se recarrega lentamente à medida que você derrota seus inimigos. Além disso, tem uma casa na barra de power-ups estilo Gradius que recarrega metade da sua barra de Burst. O objetivo aqui é soltar a bomba quando o maior número de inimigos estiver na tela, pegar o maior número de power-ups para recarregar a barra de Burst e assim sucessivamente, aumentando seu score no processo.

A versão arcade de Otomedius usa uma touch screen, que é na maior parte do tempo usada para escolher as opções no menu (e apalpar as personagens – existe até alguns achievements para isso na versão para Xbox 360), e é também usada para mirar as explosões do D-Burst e concentrá-las em partes específicas da tela. Obviamente isso não funciona na versão para console, então a Konami desenvolveu um controle arcade especial, específico para o jogo, que inclui um pequeno touchpad, conseguindo ao mesmo resultado. Já aqueles que não tem esse controle (o que deve ser provavelmente a maioria das pessoas, já que esse controle é absurdamente caro) vão precisar usar o direcional analógico da direita para mirar o cursor. Há também um ataque Quick Burst, que causa dano em tudo na tela, mas não solta cápsulas de power-up.

Além disso, o único outro elemento de pontuação são medalhas elementais. Pequenas medalhas são soltas pelos inimigos normais, enquanto inimigos maiores soltam medalhas médias. As medalhas maiores são soltas pelos chefes, mas existem várias escondidas em cada fase, e são descobertas ao se atirar nelas. Você pode atirar nessas medalhas maiores para fazê-las soltar mais medalhas menores, mas se você forçá-las demais, elas quebram e desaparecem, sem te dar os pontos da medalha maior.

Cada medalha tem um elemento amarrado à ela – Fogo, Terra, Vento e Água. Elementos são ligados à tudo, desde armas à inimigos, e afetam tanto o poder ofensivo quanto defensivo de sua nave.

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A maioria das fases tem um elemento predominante, assim como também as quatro naves. Sendo assim, é uma má idéia levar um personagem de Fogo como Erul Tron para a Ilha de San Salvador, já que lá ela vai ser bem mais fraca. Entretanto, há meios de influenciar e mudar o elemento de seu personagem. A forma mais direta pe pegar apenas medalhas de certas cores durante as fases. Mas, à medida que você joga o jogo repetidas vezes, você vai acabar destravando uma weapon card (de forma randômica), que permite que você modifique o seu arsenal padrão, e também muda um pouco a sua afinidade. Existem muitas variações de cada arma – Double, Laser e Missiles – a maioria pode receber dois upgrades (mas o efeito é temporário) assim como vários tipos de Options e Shields. Mas se quiser algo diferente do arsenal inicial, isso precisa ser destravado, jogando-se repetidas vezes. Cada personagem ganha armas separadamente, logo não é só porque você conseguiu uma arma para um personagem que outro personagem possa usá-la. Pontuação alta também aumenta o nível do seu personagem, que por sua vez permite que você jogue as fases em dificuldades mais altas, o que é bastante necessário para atingir os top scores. No arcade, seus personagens são salvos num eAMUSEMENT Pass card, que também são usados nos jogos Beatmania da Konami, permitindo que você evolua seu personagem de forma exclusiva.

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O lance de afinidade por cor é uma idéia interessante, mas não funciona bem na prática. É complicado demais e seus efeitos não são imediatamente aparentes durante o jogo em si, não sendo o suficiente para valer todo o esforço, de qualquer forma. Metade dos personagens tem elementos “Void” mesmo, que significa que eles não são afetados por nada disso. E com os níveis de dificuldade e a maioria do arsenal sendo de ser destravado deixa o jogo repetitivo, o que é tão sem graça quanto. No fim das contas é uma mecânica boba para polongar um jogo que de outra forma seria extremamente curto.

Há também um modo extra competitivo, chamado Versus mode. Você joga contra outras duas pessoas (ou seus fantasmas) enquanto você voam separadamente através de um percurso “boss rush”, que acaba quando você matar tudo ou se o seu tempo acabar primeiro. Quando os scores são finalizados, aquele com mais pontos ganha.

Apesar de tudo que deve ser destravado, este modo é bastante divertido. Mas apesar da mesma jogabilidade básica, o jogo não “soa” como Gradius. Ao invés de morrer com um único tiro e voltar num checkpoint, você tem só uma vida e dois escudos, que absorvem um certo número de tiros. Não há nenhuma forma de recuperar os escudos. mesmo quando você morre, você pode recomeçar exatamente de onde parou, apesar de usar mais créditos detonar o seu score. Como um modo de “score attack” ele faz sentido, mas por conta própria, falta conteúdo.

É aí que entra o Gorgeous Mode da versão para Xbox 360. Portado pela M2, ele torna o Otomedius numa experiência Gradius mais tradicional. Não há seleção de fase, ou qualquer limite de fases à serem jogadas – você simplesmente joga todas as fases em ordem. O Gorgeous mode adiciona três outras fases – os Canadian Rockies, que é outra variação da primeira fase do Gradius original; Valhalla, que aparece no fim do jogo, completo com um “boss rush”; e a Ilha da Páscoa, que obviamente conta com estátuas moai e está disponível apenas como DLC. Apesar do Easy mode ainda te dar um escudo no respawn, você agora morre com apenas um tiro. Esse modo é renderizado em widescreen 16:9, enquanto a versão arcade é em 4:3, e remove o texto em scroll do topo da tela, que em sua maioria consiste de informação inútil sobre a fase que você está jogando.

Apesar do Gorgeous aliviar as decisões de design do jogo original, ele também é mal balanceado de forma que traz outros novos problemas. Parece que os desenvolvedores não quiseram compensar o espaço extra de tela disponível, então a maioria das fases parece estranhamente vazia. Há também uma extrema quantidade de slowdown, mesmo quando não está acontecendo muita coisa na tela. Na dificuldade padrão, o jogo é bastante fácil, pelo menos até o último chefe. O maior incômodo é que o Burst System foi removido, eliminando praticamente a necessidade de se jogar pelo score. E pior ainda, o jogo original era balanceado de forma a ser conseguir a maioria das suas cápsulas de power-up ao se usar o D-Burst. Nada foi feito para substituir isso no Gorgeous mode, então se leva um longo tempo para se equipar totalmente, o que é especialmente horrível quando você morre. Também não tem como desligar o respawn automático. Ao invés de ter dar cartas arbitrárias depois de cada partida, você ganha um número de Gorgeous Points baseado no seu score, que podem ser usados para destravar armas específicas em uma loja. Você poderia até pensar que isso encorajaria à jogar de forma mais inteligente ao invés da repetição, mas uma vez que a maioria das mecânicas de score foram removidas, isso significa que você vai ficar ter que continuar jogando sem fim. Pelo menos as armas ficam disponíveis entre os modos Original e Gorgeous, mas no fim das contas você ainda tem um jogo com dois modos, ambos incompletos de alguma forma, e não a soma de ambos. Por que a Konami não desenvolveu um modo que mantivesse o jogo em widescreen e deixasse você jogar todas as fases, mas que ainda permitisse o D-Burst?

Além de tudo que precisa ser destravado, uma boa porção do jogo está escondida por trás de uma parece de DLC. A tela de seleção de fase te provoca com a fase da Ilha da Páscoa, mas tem um grade X vermelho sobre ela, até você gastar os MS Points para comprá-la. Dois dos personagens também só são acessíveis pelo memso método. Existem seis packs de músicas adicionais, contendo remixes de vários jogos da Konami. Cada pack tem faixas que cobrem o jogo todo, logo tem músca à beça, mas também são bastante caros, especialmente se considerarmos que os jogadores de fora do Japão precisam se virar para arranjar cartões de pontos japoneses. Os melhores deles são as versões chiptune do artista KPLECRAFT. A trilha sonora original do jogo, juntamente com todas as músicas dos DLCs foi lançada num set de 3 CDs, em 2011.

Os gráficos também são ruins. bem ruins. Piores que do Gradius V, que foi lançado três anos antes, e a alta resolução da versão para XBox 360 só torna isso mais aparente. É brilhante e colorido, mas as textura são simples e tem pouca variedade e detalhe. As árvores na fase Canadian Rockies são apenas uma série de texturas em 2D pixeladas, o que é o pior. Numa referência ao Parodius, muitas das fases tem pinguins por toda à parte – mas eles não tem animação nenhuma – na fase da praia, você pode vê-los ao fundo quebrando melancias, uma brincadeira popular japonesa, mostrada regularmente nos animes e mangás, mas eles estão completamente imóveis. É como voar sobre um diorama, e faz tudo parecer sem vida, o que é especialmente deprimente se considerarmos o quanto aminado e divertido foi o Sexy Parodius.

Se cada aspecto negativo fosse levado em conta individualmente, Otomedius não seria tão ruim. Se o jogo fosse realmente bom, jogá-lo sem parar para evoluir os personagens seria divertido, certo? Mas quando você coloca tudo junto – o estilo artístico, a necessidade exagerada de grinding, os gráficos de baixo orçamento, o mal executado Gorgeous mode – o produto parece sem alma e um amontoado de remendos. Ao julgar apenas seus méritos, o jogo tem algumas poucas idéias boas, mas acaba ficando mal ao ser comparado com grande número de jogos antigos de nave da Konami, incluindo praticamente tudo das séries Gradius, Parodius ou Twinbee, que o inspiraram.

Galeria

Vídeos

Em breve, Otomedius X!

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