Confira a Parte 1 AQUI!
Por Kurt Kalata – 16 de janeiro de 2008
Earnest Evans (アーネストエバンス) – Mega CD, Genesis (1991)
Earnest Evans quer desesperadamente ser Indiana Jones – o que você percebe imediatamente só de olhar para a capa americana. Ele carrega um chicote (apesar de também encontrar armas como martelos, etc) e explora ruínas misteriosas e cavernas subterrâneas, enquanto enfrenta todo o tipo de armadilhas, insetos e todo o tipo de monstruosidades ancestrais.
Em fotos paradas, Earnest Evans parece ser um jogo bem legal. Entretanto, quando você o vê em movimento, ele desmorona completamente. O lance especial em Earnest Evans é que o personagem principal é composto de várias sprites menores, presas umas às outras e animadas para parecer uma única sprite maior. É o mesmo efeito que a Treasure usou de forma gloriosa em muitos dos chefes gigantescos em Gunstar Heroes. O problema é que Earnest é para ser um personagem humano, e o efeito não parece certo. apesar de seus movimentos serem bastante lisos, tudo em sua animação, do andar aos seus ataques com o chicote, são hilariamente exagerados. É ainda mais engraçado quando ele morre – ele é arremessado por vários metros, caindo de costas, ficando mole. É como controlar uma marionete – pode até ser um uso impressionante de física e animação no Mega Drive, mas quando comparado ao Super Castlevania IV, que este jogo tenta imitar, ele acaba parecendo uma piada.
Isso seria perdoável se só afetasse os gráficos, mas os controles são igualmente defeituosos. Os ataques de chicote do Earnest são lentos e não-efetivos, e o pulo não parece certo. É muito fácil de se ajoelhar e rolar para a frente, totalmente fora de controle. A detecção de colisão é bastante questionável, já que Earnest parece ser capaz de planar para cima em superfícies verticais, ao simplesmente se mover para a frente. Ele também sofre da síndrome de Turrican – que significa que você não é arremessado para atrás e nem tem um período de invulnerabilidade quando é acertado por um inimigo. Isso simplesmente drena sua energia pelo tempo que você estiver em contato com ele, logo até uma exposição prolongada ao inimigo menor pode te matar se você não tiver cuidado. Além disso, as fases não-lineares só fazem Earnest tropeçar por aí sem rumo, como se estivesse bêbado, tropicando por becos sem saída, e talvez, se você tiver sorte, com a saída.
Já que o jogo como todo se parece uma bagunça muito bonita, fica difícil não recomendar Earnest Evans, mesmo que seja só para experimentar a primeira fase. É um jogo ruim, mas é bem engraçado ver o Earnest quicando por aí como um boneco de pano.
O lançamento do Earnest Evans foi bastante estranho – ele só foi lançado em cartucho nos Estados Unidos, enquanto no Japão ele só foi lançado para o Mega CD. A única vantagem da versão em CD é trilha sonora em áudio redbook (que, pelo padrão de qualidade do Motoi Sakuraba, é muito boa) e algumas cutscenes. A maioria delas é bastante sem graça, consistindo apenas de Earnest olhando um mapa e façando sobre suas viagens. Mas eventualmente ele esbarra numa bela garota em umas ruínas no Peru – já que este é um prelúdio para o El Viento, esta obviamente é a Annet, que o acampanha pelo resto de suas aventuras. A versão em cartucho não tem nenhuma cutscene – nem mesmo as curtinhas de um frame só vista no El Viento. A única coisa que te leva á perceber que os jogos estão relacionados é uma frase de perseguição onde Annet dirige o carro. Na verdade, o manual de instruções da versão americana reescreve a história para ser passar no tempo atual – o “Earnest Evans” nesta versão é agora um descendente do Earnest Evans do El Viento.
Mais Fotos
Cutscenes
Vídeos
Mega CD:
Mega Drive:
Playlist com a trilha sonora:
“Na verdade, o manual de instruções da versão americana reescreve a história para ser passar no tempo atual – o “Earnest Evans” nesta versão é agora um descendente do Earnest Evans do El Viento”. Interessante saber disso. Me lembrei desse jogo e resolvi pesquisar a respeito. Lembrava dessa informação, das revistas de games da época, que Earnest Evans seria “filho de El Viento”. Não conhecia a história dos jogos, agora sei que não é o caso e que na verdade o personagem estrela um game de uma trilogia – todos retratando a mesma época! Legal!