Do Outro Lado da Cerca ESPECIAL – Série Earnest Evans – Parte 3: Annet Futatabi

Confira a Parte 1 e a Parte 2!

Por Kurt Kalata – 16 de janeiro de 2008

Annet Futatabi (アネット再び) – Mega CD (1993)

Mega CD

Annet Futatabi – geralmente traduzido como “Annet Again” [N.T.: Annet Novamente] – mas uma tradução melhor seria “Annet Returns” [N.T.: Annet, o Retorno] – é o terceiro e último jogo da série, disponível apenas para o Mega CD japonês. É aqui que todos os três títulos são oficialmente colocados juntos formando a “Série Earnest Evans”. Diferente de seus predecessores, Annet Futatabi é um jogo de luta beat-em-up de scrolling lateral, que lembra bastante o Golden Axe da SEGA. E “lembra bastante” significa “é praticamente um hack de sprites”, neste caso. Praticamente todos os controles foram chupados diretamente deste clássico dos arcades, desde os combos estranhos até os inimigos pentelhos que contra-atacam do nada. O sistema de magia também é um tanto similar – ao apertar o botão A, você invoca um tipo de habilidade que usa um gráfico de Mode-7 pouco impressionante para esticar e achatar todos os inimigos da tela, lhes causando um tanto de dano. A diferença aqui que a magia é regulada por um medidor de energia, que se regenera automaticamente. Quanto mais barras de energia você carregar, mais forte é o seu ataque mágico. Anett também empunha uma espada, mas não existem outras armas ou powerups além de itens para recuperar energia, que podem ser obtidos ao se destruir partes do cenário.

O maior problema do jogo é que ele também é balanceado como o Golden Axe – o que quer dizer que é como um arcade devorador de fichas – mas é estruturado como um jogo para console. Annet só pode receber uns poucos golpes antes de morrer, e já que você não tem nenhuma vida extra, você é mandado de volta para o começo da fase. Ok, as fases são todas muito curtas, muito sem graça, e geralmente consistem em apenas um punhado de telas, um punhado de inimigos, e uma frustrante luta contra um chefe se fase, como cereja do bolo. A maioria das monstruosidades no fim das fases tem padrões de ataque bem simplórios, mas elas são tão fortes que é difícil de atacá-las eficientemente. Você não pode sequer usar sua magia neles, arruinando uma tática que funcionava muito bem em Golden Axe. Este nível extremo de dificuldade foi claramente feito para camuflar o fato de que não existe muito “jogo” em si aqui, no final das contas.

Os gráficos do jogo são bem medianos. Apesar da sprite da Annet ser muito mais legal do que sua versão em El Viento, o resto dos visuais são bem normais e não chama a atenção. A música, pelo menos a da primeira fase, é muito boa. O resto é bem normal. De forma geral, fica bem óbvio que todo o orçamento foi gasto com as cutscenes.

Mas caramba, as cutscenes são bonitas. As do Earnest Evans para Mega CD eram bem sem graça, mas as cutscenes de Annet Futatabi são mais logas, mais detalhadas, melhor animadas, e tem uma qualidade melhor como um todos. Qualquer pessoa aficionada por arte no estilo anime dos anos 90 ao estilo 16-bit, que proliferou no Mega CD e PC Engine vai amar isso. Existe até uma canção com vocais exclusiva na abertura, mas por algum motivo ela é tocada pelo áudio PCM, aou invés de usar a alta qualidade do redbook em CD. O enredo detalha mais aventuras de Annet e Earnest, onde eles se envolvem em um esquema com um reino maligno e seus experimentos genéticos, que permite que eles assumam outras formas. É um enredo de filme B, que lembra bastante o estilo dos jogos do Ninja Gaiden para o NES – praticamente o inventor dos jogos de ação para console orientados à história – e levando isso em consideração, é bem legal. É uma pena que a ação do jogo em si não é melhor – o jogo é tão frustrante que a maioria dos jogadores provavelmente nem vai tentar ir além a primeira fase.