Série Dragon Slayer, Outros (II) – Xanadu Next

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Por

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Capa (PC)

Série Dragon Slayer:
I: Dragon Slayer
II: Xanadu
III: Romancia
IV: Drasle Family (Legacy of the Wizard)
V: Sorcerian (Parte I) | (Parte II)
VI: Legend of Heroes
VII: Lord Monarch
VIII: Legend of Xanadu

Outros:
Legend of Xanadu II
Xanadu Next
Tokyo Xanadu

Xanadu Next (ザナドゥ・ネクスト) – Windows, N-Gage (2005)

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Capa (N-Gage)

Xanadu Next é um tributo às raízes da Falcom nos RPG clássicos, sendo lançado em para Windows em 2005 para comemorar o 20o. aniversário do Xanadu original. Como poderia se experar de vários jogos da série Dragon Slayer, sua jogabilidade não é muito parecida com as dos títulos mais antigos, mas ao invés disso ele pega alguns conceitos básicos dos RPGs dos anos 80 e os remodela com um conteúdo mais moderno. Ele pega o gameplay básico de Diablo, o combina com a ação de Ys, injeta alguns puzzles a la Zelda, e os coloca tods em um mundo interconectado. O resultado é um fantástico jogo “hack n’ slash”.

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O jogo começa com os dois personagens partindo em uma aventura para explorar a misteriosa ilha de Harlech Island, que é onde se situa o castelo fantasma de Strangerock. Um deles é você, o personagem do jogador, um cavaleiro que perdeu seu propósito depois do fim da guerra. O outro é uma garota, uma estudiosa, que cresceu no mesmo orfanato que você, e o contratou para protegê-la. Depois de se hospedarem na cidade, você parte para explorar um dungeon próximo, e acaba sendo orto quase que imediatamente por um espadachim misterioso. Por motivos que não ficam imediatamente claros, você acaba sendo ressuscitado pelos poderes de espíritos conhecidos com Guardiões. Entretanto, os efeitos não vão durar muito, e à menos que você encontre uma solução mais permanente, você vai acabar morrendo de novo. Mais poderoso e agora com um propósito renovado, você se aventura adentro das ruínas da ilha, vasculhando no meio de artefatos perdidos do antigo reino de Xanadu, na esperança de encontra a lendária espada Dragonslayer.

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Já que Xanadu Next foca na exploração de dungeons, há muito pouco enredo à mostra, além da abertura do jogo de cutscenes ocasionais que ocorrem em momentos específicos. Fora um punhado de aldeões e outros aventureiros, o outro único personagem principal é Charlotte, a garota que o acompanhou até a ilha. Ela geralmente fica na pousada, fazendo marmitas para o herói e ocasionalmente traduzindo algumas tábuas de pedra que revelam pedaços da história de Xanadu.

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O jogo foi inicialmente projetado para ser controlado com o mouse (ele também funciona com um controle, mas daí navegar pelos menus torna-se um sofrimento). Se você segurar o botão esquerdo do mouse o seu personagem anda na direção em que o cursor está apontando. Você ataca os inimigos clicando neles com o botão esquerdo, enquanto o botão direito ativa a  magia ou habilidade selecionada. Diferente do = Diablo, não há um MP geral para tudo, e cada habilidade só pode ser utilizada por um período de tempo limitado. Magias de restauração são extremamente raras, e elas só recarregam nos save points. Entretanto, se uma habilidade se esgota, você sempre pode trocar por outra. Há muito mais no jogo do que só clicar, clicar e clicar, pois você realmente precisa prestar atenção nos padrões de ataques dos inimigos para esquivar deles, e tentar se esgueirar por trás deles para acertar alguns críticos. Há um punhado de lutas contra chefões, que são parecidas com as do Ys VI e do Ys: Oath in Felghana, mas você não tem a habilidade de pular, e às vezes mirar em vários lugares pode ser problemático. Apesar de parecer um pouco estranho, isso funciona muito bem uma vez que você se acostuma. De vez em quando você encontra alguns puzzles envolvendo caixas, que requer que você as empurre pela tela ou as destrua para passar por elas, mas eles em geral não são chatos ou difíceis.

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Existe apenas uma cidade no jogo, para a qual você precisa retornar frequentemente para comprar mais equipamentos, ítens, chaves, além de recuperar sua energia e salvar o jogo (fora da cidade, os save points são um tato raros, geralmente só aparecendo depois das lutas contra os chefes). A maior parte do começo do jogo se gasta fazendo chaves, ou comprando-as, já que você precisa destrancar várias portas nas primeiras dungeons. O interesante é que elas são “skeleton keys”, que são feitas de ossos que você encontra de vez em quando (é um trocadilho, já que skeleton key em inglês também significa “chave-mestra”). Há um item que permite que você se teletransporte imediatamente de volta para cidade, mas é uma passagem só de ida (existem outros ítens que criam um portal temporário de ida e volta, mas você precisa comprá-los e eles expiram à cada uso). Felizmente, o mundo todo é conectado, o que abre novos caminhos para seções do jogo pelas quais você já passou. Apesar de no começo você apenas conseguir explorar as ruínas nos arredores da cidade, eventualmente você abre os esgotos e ativa um elevador em uma montanha próxima, então você consegue voltar facilmente para a cidade. Algumas áreas mais para frente no jogo contam com portais de teletransporte. Você também pode revisitar áreas já visitadas usando suas habilidade novas, para encontrar mais tesouros. Isso cria um mundo mais realista, muito mais coeso que os dungeons sem fim geralmente encontrados em jogos com este. A versão inicial japonesa é mais simples, e um patch lançado para ela (que pode ser encontrado no  site da Falcom) adiciona um dungeon extra(que na verdade é chato pra caramba), novos monstros e itens raros, e muda o nível máximo de 20 para 30. Isso já é parte integrante das versões mais recentes e de todas as versões em inglês.

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Como é de se esperar, há um pouco de “grinding” à ser feito para se obter níveis e comprar armas novas, mas não é algo que estrague a experiência. Subir um único nível pode fazer uma enorme diferença sobre os inimigos que você pode enfrentar com sucesso, já que o limite máximo de níveis é um tanto baixo. Você pode alocar pontos em diferentes atributos cada vez que você sobe de nível, o que também determina que tipo de equipamento você pode utilizar. Cada arma tem uma habilidade ligada à ela, que você eventualmente acaba aprendendo se você usá-la por tempo suficiente. Você mantém esta habilidade mesmo se você trocar de arma, o que te incentiva à usar todas, mesmo as mais fracas, só para obter suas habilidades. Capacetes também são importantes, já que eles determinam as defesas elementais. Você também pode equipar uma carta especial de Guardião, que tem seus próprios níveis de experiência e aumenta outros atributos, mas você só pode ter uma dessa de cada vez. Você precisa voltar para a igreja da cidade para aumentar os seus stats ou trocar de carta de Guardião. Você também pode baixar de nível e redistribuir os seus stats, se você achar que o seu build não está dando certo. De forma geral o jogo não é muito difícil, se você estiver bem preparado, mas existe um tipo de inimigo que é especialmente problemático, que pode reduzir o seu nível de experiência. Se você morrer, você pode optar em recarregar o seu último save, ou voltar para o último save point, com toda a sua experiência mas com só a metade do seu dinheiro.

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Em termos de gráficos, Xanadu Next não é especialmente high tech, mas ainda sim envelheceu bem. O jogo é inteiramente em 3D, com a habilidade de se rotacionar a câmera dentro dos dungeons. O modelo do seu personagem muda conforme seu equipamento, também. Comparado à série Ys, lhe falta os personagens divertidos no estilo anime, e segue um estilo mais próximo dos RPGs ocidentais, parecido com outros RPGs japoneses mais antigos para computador. A música, como sempre é ótima. É um pouco diferente do estilo rock synth agitado, habitual da Falcom, mas quase todas as músicas são ótimos exemplos de como se fazer músicas com climas imersivos, sem abrir mão de melodias marcantes.

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Existem algumas referências aos jogos anteriores da série Dragon Slayer, mas como à essa altura Yoshio Kiya já havia deixado a Falcom faz tempo, ele não teve participação alguma no desenvolvimento deste jogo. Além das referências ao reino de Xanadu, uma das quests principais envolve achar a espada Dragonslayer, e cada um dos chefes te dá uma coroa ao serem derrotados. Muitas músicas contam com arranjos do tema do Xanadu original, o que é um dos poucos links entre os dois jogos. Um dos primeiros Guardiões que você obtém é uma carta do Sorcerian.

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Xanadu Next é um dos melhores jogos lançados pela Falcom. Ele obviamente parece muito com os últimos jogos da série Ys, mas tem ênfase em equipamentos, habilidade, e exploração de dungeons, assim como todo um estilo estético próprio, o que o torna um jogo distinto. O design coeso do mundo não só faz a ilha parecer um lugar de verdade, mas também faz que a navegação entre as áreas seja algo prático. De várias maneiras ele lembra a série Souls da From Software, com sua ênfase em combate e seu design de fases, mas é anterior ao Demon’s Soul em alguns anos, e não é nem de perto tão difícil quanto este. Ele pega os melhores aspectos dos RPGs clássicos – exploração de dungeons, busca por equipamento, evolução de personagem – mas reduzindo as frustrações e adicionando um sistema de combate desafiador e recompensador. Ele tem um bom ritmo, e também não é muito longo, com um tempo de dez à quinze horas para ser completado. É uma ótima alternativa para os jogadores que gostam da ação hack n’ slash do Diablo, mas não gostam de suas fases repetitivas geradas randomicamente, e é extremamente recomendado para todos os fãs de RPG.

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Xanadu Next permaneceu exclusivo no Japão por muitos anos, e não foi portado para nenhum dos maiores consoles, sendo exclusivo para PC. Por alguns anos, uma versão traduzida para inglês por fãs estava disponível, logo ele podia ser jogado pelos jogadores ocidentais. Só em 2016, uma década depois de seu lançamento, é que ele foi lançado oficialmente em inglês, através de serviços de distribuição digital como Steam e GOG, por cortesia da XSeed. Esta versão moderniza um pouco o jogo, adicionando suporte à monitores widescreen. Entretanto, seu programa de gráficos tem alguns bugs, com algum atraso acontecendo não importando quão poderoso é o seu hardware. Infelizmente, apesar da alta qualidade do jogo, ele não vendeu muito bem, provavelmente pela dificuldade de se vender um jogo antigo para uma audiência jovem, especialmente sem o nome da Falcom contar com reconhecimento fora do sua pequena base de fãs. E também não ajuda o fato do jogo parecer um pouco datado mesmo quando foi lançado, ainda mais dez anos depois.

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A Falcom também contratou o famoso ilustrador Shunya Yamashita para criar o artwork promocional, incluindo a capa. A bela mulher mostrada neste desenho é uma péssima representação de Xanadu Next, já que guerreiras em biquíni são algo inexistente no jogo, mas isso pelo menos é consistente com a arte da capa do Xanadu para o MSX, que tinha uma arte em estilo anime que também não tinha nada a ver com o jogo.

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Estranhamente, Xanadu Next ganhou uma versão para o fracassado N-Gage da Nokia, feito por uma empresa chamada Script Arts, quem também portou vários outros jogos da Falcom para celulares. O lado bom é que o jogo foi lançado nos EUA e na Europa, e está disponível em inglês. O lado negativo é que ela é bem ruim. O pacote todo é bem similar ao do seu irmão maior, mas foi drasticamente escalonado para baixo. A maior parte da história foi removida, juntamente com os seus poucos personagens. Ao invés de lutar por sua vida, você simplesmente parte para salvar a filha do prefeito, que foi sequestrada. Muitas áreas são similares, mas são muito, muito menores. Os controles são bem desajeitados usando o direcional, ao ponto que é praticamente impossível acertar alguma coisa com alguma magia de projétil, e não há controle de câmera, o que torna a navegação bastante confusa. Apenas algumas músicas do jogo original sobreviveram aqui também.

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Mas o maior problema é o mesmo que assola praticamente todos os jogos em 3D para N-Gage game – o desempenho horrível. Raramente o jogo parece não estar em slow motion, o que reduz drasticamente o apelo que o jogo originalmente tinha. E já que você fica indo e voltando para a cidade, subindo níveis e se curando, o jogo se torna muito tediosos, muito rápido. E isso nem leva em conta as inúmeras telas de loading. E é também bastante difícil – se você morrer na versão para N-Gage, você precisa recarregar seu save. Apesar de ser bem legal ver um jogo da Falcom sendo lançado fora do Japão enquanto ainda é um jogo novo, esta com certeza foi a plataforma errada para isso.

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