Lembra do Herzog Zwei que mostramos na terça? A série surgiu aqui, e esteve presente no MSX! Confira abaixo!
Por Zillion Taborda 6 de
Herzog (ヘルツォーク) – Sharp X1, PC-88 mkIISR, MSX2 (1988)

Capa



Mesmo quando comparado à sua continuação direta, a seleção de unidades disponíveis em Herzog é bem pequena. Já que capturar bases inimigas não é uma opção aqui, soldados à pé servem apenas de bucha de canhão para segurar a ofensiva inimiga, enquanto tanques e os ocasionais side-cars (basicamente a versão deste jogo das Speedbikes do Zwei) são suas unidades mais confiáveis na maior parte do jogo. Inundar a tela de ondas intermináveis de tanques e side-cars, e ocasionais armas anti-tanque e lançadores AAM (mísseis anti-aéreos) é uma estratégia viável aqui, mas a verdade estrela do jogo são os mísseis Grand-Slam, bombas (teoricamente) enormes e caríssimas, que quando disparadas, atravessam lentamente o campo de batalha, em uma marcha inexorável que termina na destruição instantânea da base inimiga, não importando o quanto de energia ela ainda tiver quando o míssil à acertar. Estas armas de destruição em massa só podem ser destruídas com uma colisão direta contra um Grand-Slam adversário, mas já que o jogo não apresenta nenhuma representação visual dela além de um pequeno blip no seu radar (que pode facilmente passar desapercebido o mal interpretado com um erro de gráfico por jogadores mais desatentos), geralmente é bem difícil de julgar suas trajetórias, o que significa que os jogadores que acabarem sob a mira de um Grand-Slam estão na verdade lutando contra o relógio… à menos que eles estejam dispostos à gastar todo o ouro necessário para contra-atacar o míssil inimigo com um seu.
Pontos azuis no radar representam unidades amigas (mercianas) e Grand-Slams, enquanto os vermelhos representam as formas do segundo jogador (ou do computador, neste caso).
A importância histórica de Herzog é realmente inegável, mas mesmo comparado ao Herzog Zwei (que foi lançado menos de um anos depois para Mega Drive), o RTS original da Technosoft parece extremamente desajeitado. O jogo sofre uma falta de variedade devido suas arenas de combate extremamente simples, pequena seleção de unidades e um ritmo absurdamente lento (que se torna ainda mais lento com mais unidades presentes na tela, em um dos casos mais enfurecedores de slowdown existentes), e mesmo a ação versus entre jogadores parece muito mal acabada, com os Comandantes não se transformando em caças quando voam pelo campo de batalha e parecendo ainda mais desengonçados que seus equivalentes em Zwei – e o fato de que o jogo foi feito para joysticks com dois botões (que complica ainda mais ações simples como acessar o menu de produção e mover unidades) também não ajuda. O único aspecto realmente interessante na jogabilidade de Herzog (além dos mísseis Grand-Slam e como eles estragam completamente o jogo) em comparação com a sua continuação, é a habilidade de se lançar uma saraivada de mísseis teleguiados em direção ao Comandante inimigo enquanto se carrega um lançador AAM em pleno ar.
Herzog é uma relíquia de seu tempo, um jogo cujo as suas idéias inovadoras seriam expandidas e melhoradas por inúmeros outros jogos e imitações, sendo o jogo agora nada mais que uma mera curiosidade para os fãs da Technosoft e do gênero RTS.