Por Kurt Kalata
Space Megaforce / Super Aleste (スーパーアレスタ) – Super Nintendo (1992)
A série Aleste chegou ao Super Nintendo em uma única versão, Super Aleste (Space Megaforce nos Estados Unidos). A Compile aproveitou esta oportunidade para utilizar os efeitos de zoom e rotação do SNES para recriar a animação da abertura do Aleste para Master System, com o caça rodopiando e votando em direção à tela. O jogo foi publicado pela Toho em ambas as regiões.
A história é separada de todos os outros jogos da série, com uma gigantesca nave alienígena amarela chamada de Esfera vem do espaço sideral e ataca a Terra. Na versão japonesa, o caça Aleste é pilotado por Raz, um piloto humano, e Thi, uma misteriosa prisioneira da Esfera que assume aforma de uma jovem garota e ajuda à controlar a nave com seus poderes psiônicos. Entretanto, a versão americana corta quase tudo isso, renomeia a nave para ED-057, e raramente mostra o piloto principal. As telas de opções e continue tem versões fofinhas dos personagens principais na versão japonesa, mas isso foi removido de todas as outras versões.
Apesar de definitivamente ser um jogo da série Aleste, Super Aleste parece estranhamente relaxado. O scrolling é relativamente lento, e muitas das fases agora tem obstáculos como muros, mas você pode encostar neles sem levar dano. Até a música é estranhamente calma para um shooter.
Mas isso não significa que Super Aleste seja chato, especialmente se levarmos em consideração que ele tem o maior arsenal que qualquer outro jogo da Compile, com exceção do tardio Zanac x Zanac para PS1. Como de praxe, existem oito armas numeradas e cada uma delas agora tem um código de três letras em sua esfera, para que você se lembre mais facilmente qual é qual. Tecnicamente, não existe arma principal – as armas secundárias as substituem, mas um tiro padrão para frente ainda é usando em conjunto com algumas delas. Melhorar estas armas está mais fácil do que nunca, já que as esferas amarelas aumentam lentamente a força da sua armas, ao invés de ficar esperando mais esferas com o mesmo número aparecerem.
Cada arma pode ser aprimorada em até seis níveis, e todas elas possuem ao menos um modo de firo alternativo, aticado com o botão de controle de tiro. Por exemplo, o tradicional tiro multi-direcional que existe desde Zanac tipicamente atira na direção que você esta se movendo, mas ao ativar o modo alternativo, a trava para atirar em uma direção específica. Com a bola giratória, ele para a bola até você soltar. Com os Options “Sprite“, ele fixa eles no lugar os invés deles seguirem seus movimentos. O laser aqui é o mais próximo de uma re-encarnação do fantástica arma Field Thunder do Blazing Lazers (apesar de seus padrões não serem tão elaborados) mas pode ser usado como tiro teleguiado no seu modo alternativo. Tudo isso permite uma versatilidade sem precedentes. Há também um suprimento limitado de bombas.
Na dificuldade padrão, o jogo não é muito difícil. O ritmo lento permite que você desvie da maioria das coisas, e suas armas conseguem dar conta de praticamente tudo, se estiverem suficientemente aprimoradas. Levar um tiro diminui alguns níveis da sua arma, logo se você tiver força suficiente, você pode levar dois tiros antes de morrer. O jogo também usa o mesmo estilo de ressurreição do Blazing Lazers do Turbografx, onde você consegue naves duradas que permitem que você continue imediatamente de onde morreu, mas você tem que voltar de um checkpoint se elas acabarem.
Existem níveis de dificuldade maiores, mas eles acabam só sendo mais frustrantes, fazendo os inimigos ter que levar mais tiros para morrer, o que é um saco com as armas mais fracas, existem também os modos de dificuldade “tricky” e “wild”, onde tudo que você destruir lança uma onda de tiros contra você.
Apesar do tema sci-fi ser um pouco mais genérico que o tema japonês feudal com robôs dos outros jogos Aleste em 16-bit, Super Aleste ainda é um jogo com um visual bastante impressionante. A primeira fase se passa sobre uma floresta sul-americana com as linhas de Nazca abaixo de você, uma referência ao Zanac original. A segunda fase pira com o uso do Mode 7, com você se aproximando lentamente em zoom de uma estação espacial enorme, destruindo suas torres. Outra fase usa várias camadas com scrollings diferentes mostrando um campo de asteróides, para criar uma sensação de profundidade.
Entretanto, à longo prazo o jogos e torna repetitivo. Existem ao todo 12 fases, e algumas delas são apenas “palette swaps” das fases anteriores, mas com layouts um pouco diferentes. Já que uma partida inteira dura cerca de uma hora, existe um modo “Short”, onde você joga apenas quatro fases.
Além de retirarem a história, houveram alguns outros ajustes na versão em inglês. As armas foram renomeadas – “Cracker” virou “Scatter Shot” – e as vozes digitalizadas que acompanham a mudança de arma foram alteradas de também. As vozes que precedem os confrontos com os chefes também foram alteradas, mas ainda sim soam cretinas. A provocação “Welcome to Hell!“ do primeiro chefe foi substituída por “Welcome to the underworld!“, e sua outra aparição, “Fancy meeting you here!“ virou a ainda mais cretina “Dance or you will lose it!“
Existem ainda vários finais diferentes dependendo do nível de dificuldade, mostrando Thi e Raz em todo o tipo de atividades cotidianas. Só existe um final na versão em inglês, mostrando um piloto de caça genérico voando em direção ao por do sol. Algumas músicas trocaram de lugar, e a música da terceira/nova fase foi removida. A capa japonesa foi ilustrada por Naoyuki Kato, que também fez a capa do Guardic Gaiden. Há também um mangá em volume único, publicado pela Monthly ASCII, sendo escrito por Muneo Kubo e ilustrado pelo mangá de shoujo Sami Okazaki.
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