Por Kurt Kalata 3 de
Baruusa No Fukushuu (バルーサの復讐) – X68000 (1990)

Capa
Zainsoft não é um empresa muito conhecida. Eles lançaram vários RPGs de ação no fim dos anos 80 (também sob o nome de Seinsoft e Xeinsoft), mas todos eles eram para computadores japoneses. E diferente da Falcom, um dos seus maiores concorrentes, nenhum dos seus jogos foi portado para os sistemas mais populares no ocidente. Baruusa No Fukushuu, ou “A Vingança de Barusa”, foi o último título da Zainsoft, lançado para o X68000, antes de fecharem as portas. Este também deve ser, coincidentemente, o seu melhor título. É um jogo de ação side scrolling, parecido com o Ghosts ‘N Goblins da Capcom, mas infinitamente menos frustrante e com controles mais precisos.
A história é sobre Suteiru, um garoto que encontra uma garota chamada Roengurin na praia, levada pelas ondas, e que na verdade é a Princesa de Ederu. Um antigo demônio chamado Baruusa destruiu sua terra e matou quase toda a família real, sendo a Princesa Roengurin a única sobrevivente. Suteiru surpreendentemente sabe quem é Baruusa, já que seu avô foi um grande guerreiro que matou Baruusa muitos anos atrás. Ele promete matar o demônio assim como fez seu avô, e espera que com isso ele não ressuscite de novo. A história em si é bastante genérica, mas é apresentada com cutscenes de tempos em tempos. Uma cutscene particularmente engraçada mostra o macaco de estimação de um personagem mexendo na sua cara enquanto Suteiru pergunta à ele por informações.
A jornada de Suteiru o leva ao longo de oito fases, todas cheias de inimigos e armadilhas. O design dos inimigos varia de bem detalhados, como os zumbis da primeira fase ou as caveiras rodopiantes da última, à outras malfeitas o até até incompletas, como os sapos gigantes da segunda fase. A sprite de Suteiru também não é muito boa, e apesar de ser bem animada, não é muito bem colorida, e parece demais com o Adol da série Ys. Os cenários também são inconsistentes, à vezes sendo fantásticos, como o castelo de fogo, outras horas parecendo apressados, como a floresta.
Felizmente, os chefes sempre impressionam. O primeiríssimo chefe, um caranguejo gigante surge do oceano e cospe mais caranguejos gigantes em bolhas, é de longe um dos chefes mais legais e uma das melhores partes do jogo. Outro chefe impressionante é a cabeça de pedra gigante que cospe pedregulhos e dispara um raio laser. O próprio Baruusa não fica para trás, tem múltiplas formas e alguns ataques bem estranhos, como lançar uma centopéia gigante de seu nariz.
A ação é bem frenética. Você começa o jogo armado com uma espada, que inflige um a quantidade decente de dano, mas tem curto alcance. Felizmente, à medida que o jogo avança, você pode conseguir mais armas e powerups. As armas variam de espadas à facas de arremesso e até shurikens. Apesar da espada causar mais dano, facas e shurikens têm mais alcance e pode ser disparadas na diagonal para cima, tornado mais fácil de se lidar com os incômodos inimigos voadores. Algumas armas substituem temporariamente a anterior ou podem ser usadas ao mesmo tempo como o relâmpago, que coloca um arco de raios sobre sua cabeça e à sua frente ele acabar. Uma das armas mais bizarras coloca uma pequena mulher azul sobre sua cabeça, que absorve tiros vindos de cima ou pode ser lançada como um projétil – que como o relâmpago acaba depois de um tempo.
Existem também algumas armadilhas e puzzles. Felizmente, existem poucos saltos entre plataformas. Como em Ghosts ‘N Goblins, pular é mais difícil do que deveria ser, já que Suteiru não pula muito alto e cai bem rápido. Você pode mudar de duração no meio do pulo, mas isso não tem muito efeito na sua trajetória. Felizmente, não existem abismos ou nada que te mate instantaneamente, logo a frustração é bem menor. Possivelmente para compensar isso, você só tem uma vida, e sua barra de energia parece muito mais longa do que realmente é. Felizmente, você tem continues infinitos. Usar um continue te leva para o começo da fase, logo o jogo pode ser bastante difícil.
Mesmo sendo um jogo de ação bastante decente (mesmo que não seja memorável), Baruusa No Fukushuu tem um estranho aspecto inacabado. Ao terminar o jogo você não vê os créditos, ou uma mensagem de “The End” que seja. Tudo que você ganha é uma cutscene curtinha e daí é jogado de volta para o menu principal. Além disso, algumas fases não tem chefes, mas há um grande vazio onde ele deveria aparecer, o que fica especialmente aparente na fase da caverna. Dá a impressão de que a Zainsoft tinha planos bem maiores para este jogo, mas que eles não foram realizados, possivelmente pelo fato da empresa ter fechado mais tarde naquele mesmo ano. Apesar de suas inconsistências, ele é muito bom em seus melhores momentos, e conta com uma trilha sonora de qualidade em FM, fazendo valer à pena conferir.
Cutscenes
Vídeos
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