Por Kurt Kalata
Devastator (デバステイター) – Mega CD (1993)

Capa
Os desenvolvedores dos jogos licenciados muitas vezes se desviam do material original para que seus jogos não caiam na mesmice, e algumas vezes é melhor assim. O jogo foi lançado como veículo promocional de um anime obscuro chamado D-1 Devastator. Em D-1 Devastator Nesse anime uma dimensão alternativa pode ser penetrada quando um veículo atinge a velocidade de 300km/h. Em dado momento um trem-bala conseguiu entrar nesta dimensão e foi atacado forças demoníacas chamadas de Devastators.
Com esse roteiro limitado e à despeito das oportunidades desperdiçadas, o anime de Junji Nishimura deixou a Wolf Team com pouquíssimo material para trabalhar. No começo de cada fase o seu mecha se transforma de carro em robô, mas isso não afeta o gameplay. Talvez, além das fases de plataforma e tiro, poderíamos ter fases a la OutRun, ou um minigame ao estilo do Top Gun, onde o jogador poderia se desviar dos obstáculos até alcançar a velocidade de 300km/h. E fora alguns inimigos que lembram os que aparecem no anime, eles são todos exclusivos do jogo.
Seu robô é equipado com um anker [sic], que alcança até metade da tela. Sua arma pode ser melhorada ao coletar itens deixados pelos inimigos que piscam. Os powerups disponíveis são: um spread shot, laser em hélice dupla, e uma bomba que se divide. Você pode coletar mais de um destes para aumentar a força da sua arma. Depois de aumentada quatro vezes, os powerups só te dão pontos extras. Os inimigos que piscam deixam itens que restauram energia, e pontos de interrogação que te dão mais pontos. Quando os itens são coletados, o seu mecha fica temporariamente invencível.
Devastator conta com um desafio balanceado e sem muita frustração. Com continues ilimitados e vidas extras sendo encontradas facilmente, a maioria dos jogadores é capaz de completar esta aventura de sete fases em algumas tentativas. Para aqueles que tiverem mais dificuldade ou quiserem mais desafio, é possível escolher entre as dificuldades Easy e Hard. Há também uma opção para aumentar o número de vidas. Dito isso, a última fase do Devastator é um boss rush em formato de jogo de tiro, sem checkpoints entre os chefes. Não há savegames ou sistema de passwords. Por isso os jogadores precisam separar um tempo ou reduzir a dificuldade se não estiverem dando conta.
As fases em Devastator alternam entre jogo de plataforma e jogo de tiro. Nas fases de plataforma, o mecha tem os controles padrão para andar, saltar, agachar e deslizar. Deslizar é especialmente útil, pois empurra os inimigos para trás, causando-lhes dano. Estas fases de plataforma oferecem um bom desafio, sem serem difíceis demais. A dificuldade nas fases de tiro é menor se comparada com a maioria dos jogos do gênero. Apesar da sprite do seu mecha ser um tanto grande, seu hitbox é pequeno. Além dos controles comuns para jogos de tiro, o botão de pulo vira o seu mecha, para que você possa atacar os inimigos que se aproximam por trás.
Como na maioria dos jogos de ação lateral, o destaque em Devastator fica por conta dos duelos contra os chefes: a maioria dos chefes do jogo tem múltiplas formas e mudam os padrões de ataque no meio da luta. Tanto nas fases de plataforma quanto nas de tiro, os chefes contam com ataques exclusivos e poderosos. Seja com os chefes disparando múltiplos lasers ou plantando minas na areia, o jogador deve estar sempre atento e memorizar seus ataques para vencer. Mesmo com seus ataques poderosos, nenhum dos chefes parece “apelão” ou injusto.
Este jogo da Wolf Team não impressiona tecnicamente como outros jogos para Mega CD, mas tem algumas transparências bacanas e efeitos de scaling. Compensando a falta de apelo técnico, a arte é bem detalhada. Devido ao escasso material fonte, a arte do jogo é muito influenciada por outros animes e mangás, sendo Masamune Shirow a influência mais óbvia. As sete fases de Devastator se passam em diversos locais, como castelos, tempestades de areia e cavernas, deixando as coisas sempre interessantes no quesito visual. É justo dizer que a primeira fase tem um esquema de cores horrível, mas passando ela, o resto do jogo é relativamente bonito. Como nos outros jogos da Wolf Team para Mega CD, os vídeos são bem encodados em tem uma ótima clareza visual.
A trilha sonora de Devastator é exclusiva para o jogo, e não conta com nenhuma música oficial do anime. Composta por Motoi Sakuraba, Ryota Furuya, e Shinji Tamura, ela cobre uma grande game de estilos musicais, indo de jazz-fusion até synth music e passando por vocais harmônicos durante as lutas contra os chefes.
Anime

Capa do Anime
D-1 Devastator, o anime, é bastante difícil de se encontrar, e só foi lançado no Japão em VHS e Laser Disc. Sem lançamento em DVD nos EUA, ou torrents de fansubs, só os fãs mais hardcore serão capazes de encontrá-lo e apreciá-lo. O anime não está disponível em nenhum serviço de download, e considerando o quão obscuro é, provavelmente isso não acontecerá tão cedo.
Nota do Tradutor: ERRADO! Dá pra assistir D-1 Devastator sim, e em inglês! Em dezembro de 2019 foram disponibilizados os 2 episódios de D-1 Devastator no YoutTube (veja abaixo na seção de vídeos), mas sem legendas, infelizmente. Mas no site KissAnime há o primeiro episódio legendado! Com um pouco de sorte, em breve teremos os segundo episódio legendado também! Abaixo segue os dois capítulos do anime, em japonês!
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Playlist com a trilha sonora:
Anime, Ato 1 (em japonês):
Anime, Ato 2 (final, em japonês):