Por GrendalMK2 27 de dezembro de
Dragon Buster (ドラゴンバスター) – Arcade, Famicom, MSX2, X68000, PC-8801, PlayStation, PSP, Xbox 360, Wii Virtual Console (1985)
Dragon Buster é um clássico um tanto obscuro. Assim como outro título da Namco de mesmo tema desta era, Tower of Druaga, ele é lembrado com carinho pelos retro geeks japoneses, por ser um dos primeiros jogos de arcade à contar com alguns elementos de RPG.

Arcade
Enquanto Tower of Druaga é um dungeon adventure imensamente obtuso, Dragon Buster é, pelo menos, mais acessível. É um jogo de ação-aventura em sidescrolling, onde você controla o herói atravessando uma série de cavernas, coletando itens e matando vilões. Ao fim de cada série de fases você mata um dragão, e assim por diante. Isso pode não parecer grande coisa, mas era algo impressionante para um arcade por volta de 1984, e introduziu várias mecânicas que se tornaram essenciais ao gênero, incluindo telas de mapa, salto duplo, e corrida.

Arcade
Os arcades em 1984 não tinham muita história, fora o que era mostrado na tela de título ou que estivesse escrito no gabinete. Dragon Buster é assim também. Tudo que você sabe é que você é Clovis, um cavaleiro virtuoso que deve resgatar a princesa Celia de um dragão – ou talvez de vários dragões – já que existem vários à serem encontrados ao longo do jogo. À cada poucas fases você encontra Celia após derrotar um dragão, mas então ela é levada novamente e sua busca continua. Após derrotar o dragão várias vezes, Celia fica finalmente à salvo e você recebe o final verdadeiro.

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Dragon Buster é um dos primeiros jogos à utilizar um mapa do mundo para se escolher fases. Quando você inicia o jogo, só existe um caminho à seguir, mas então ele se ramifica, permitindo que você escolha rotas diferentes até o fim do mapa. Você geralmente só tem duas escolhas, mas isso é muito mais que os caminhos lineares dos outros jogos da época.

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Cada mapa se divide em várias fases. Existem cinco diferentes temas de fases: Caverna, Torre, Cemitério, Montanha e Ruínas. Apesar de cada fase ser diferente da outra, cada tema tem um estilo diferente de layout e contém diferentes tipos de inimigos. As cavernas, por exemplo, são geralmente bem lineares, enquanto os cemitérios são mais labirínticos. Quando você escolhe uma fase, você é jogado em um labirinto cheio de criaturas sedentas de sangue e precisa lutar pelo caminho para achar o inimigo. No começo, seu único meio de atacar é com uma espada fraquinha. Clovis brande sua espada em um movimento sobre sua cabeça, o que é estranho, pois quase não tem alcance. Como resultado, é difícil acertar os inimigos sem levar algum dano também. Além disso, Clovis é jogado ao ar, ficando indefeso quando acertado, o que permite que ele seja jogado para lá e para cá por novos ataques. Dragon Buster é um dos primeiros jogos á usar uma barra de energia, logo você pode levar vários golpes, mas só tem uma vida por crédito.

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Há algumas outras manobras, também. Você pode dar um golpe para baixo com a sua espada (similar ao The Legend of Zelda II), o que vem à calhar contra certos inimigos. Dragon Buster também marca a primeira aparição do salto duplo, que mais tarde seria uma marca registrada das séries Ghosts ‘n Goblins e Castlevania. Infelizmente, não há um botão de salto – ao invés disso, você precisa segurar o joystick para cima. Até mesmo pular para a frente tende à ser difícil, pois na maior parte das vezes o jogo não registra que você está puxando em alguma direção enquanto pula. Você também pode correr ao dar dois toques em uma direção.

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A cada poucos corredores, você encontra uma sala escura. Ao entrar, as paredes some e a música muda, o que significa que você encontrou um mini-chefe. Existem geralmente três em cada fase e ele deixam powerups bem úteis. É claro que estes vilões não são fáceis de se derrotar, pois eles tem um alcance muito maior que o seu. Existe apenas um punhado de chefes diferentes que se repetem várias vezes, mas uma vez que você formula uma estratégia, eles ficam mais fáceis.

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Os powerups que você recebe são aleatórios e eles ajudam bastante. Você tem os típicos que restauram energia, os que aumentam a sua barra energia e magias de uso único. Existem dois tipos de magias: uma bola de fogo única e uma bola de fogo tripla, extremamente poderosa, que envolve a tela em chamas, matando tudo nela. Você também recebe equipamento, como um escudo que aumenta a sua defesa e uma espada que aumenta o seu poder de ataque. Você também encontra dois outros itens, um cetro e uma coroa, que mudam as ações de Celia quando você a salva. Se você tiver o cetro, Celia te dará um beijo. Se você tiver a coroa, ela muda de roupa, usando uma mini-saia ou um biquíni. Se você tiver ambos, ela aparece vestida de coelhinha. Mas a pegadinha é que você não pode pegar a melhor espada se estiver carregando o cetro e não pode usar o escudo se estiver carregando a coroa. Isso requer que você abra mão de seu poder de ataque ou defesa (ou ambos) para conseguir o melhor final.

Arcade
Ao fim do mapa, você enfrenta um dragão. Os dragões podem ser extremamente chatos devido à quantidade enorme de dano que ele podem causam, além do seu longo alcance. A forma mais fácil de matá-los é usando as magias que você recebe dos mini-chefes – especialmente a bola de fogo tripla – mas se não tiver nenhuma delas, você vai sofrer para vencer.

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Em termos de áudio, Dragon Buster tem mais músicas do que a maioria dos arcades da época, mas a trilha sonora em si é bem sem graça e monótona. A música soa meio alegre demais, considerando o tema de matador de dragões. A música dos mini-chefes dá vontade de arrancar os cabelos, considerando que ela faz loop à cada três segundos. O tema da luta contra o dragão também é muito alegrinha.

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Matar dragões não é algo que normalmente associamos à tons pastéis, mas parece que a Namco achou que seria adequado. Talvez devido à uma limitação de hardware, já que Dragon Buster roda numa versão modificada do hardware do Pac-Land, mas você sabe que tem algo estranho acontecendo quando você está sendo atacado por um esqueleto vestido de rosa.

MSX2
Talvez o principal motivo pelo qual Dragon Buster foi ignorado no ocidente seja por que ele nunca foi portado para nenhum console fora do Japão. Com isso, suas inovações não foram consideradas no contexto de sua época e agora o jogo parece extremamente datado. Mas no seu país natal, ele recebeu versões para NEC PC-8801, MSX2 e o Famicom da Nintendo. Seu primeiro lançamento oficial no ocidente foi como parte do Namco Museum Volume 2 para PlayStation, mas ele também saiu no Namco Battle Collection para PSP e no Namco Museum Virtual Arcade para o Xbox 360. Todos estas são conversões/emulações diretas da versão arcade. Há também um jogo japonês Plug-in-Play que inclui uma versão do jogo arcade e um modo extra chamado “Dragon Buster 100”, que é basicamente um boss rush.

Famicom
A versão para Famicom, lançada em 1987, é uma ótima versão do jogo. Eles melhoraram os controles, mapeando o botão de pulo para o botão A ao invés do direcional para cima, o que é uma benção. Entretanto, ele ainda é difícil de se controlar e dar o pulo duplo é um sofrimento. Os gráficos mudaram um pouco, também – apesar do Clovis parecer menos besta, os cenários estão piores. A música entretanto, é um pouquinho melhor. E a ação está confinada aos dois terços superiores da tela, com o terço inferior dedicado à barra de status.

Famicom
Existem várias outras melhorias também. Além de dois inimigos novos, como aranhas e ladrões, existem várias outras armas secundárias. Estas incluem cajados que soltam raios, lâmpadas que fazem com que colunas de fogo brotem do chão e amuletos que tornam todos os inimigos na tela em pedra. Você pode guardar e usar estes itens quando quiser, bastando pausar o jogo. Os itens em si são usados ao se apertar para baixo e A. Há ainda outros itens bem úteis, como uma bússola que aponta em direção à saída e um diário que permite que você use continues. Os mapas também são maiores e ocasionalmente tem obstáculos pelo caminho, que você pode transpor ao usar os itens corretos. Por exemplo, chaves abrem portas, machados cortam árvores, etc. Encontrar estes itens pode acabar fazendo com que você pule certas fases. Você não encontra mais itens que aumentam a sua barra de energia, mas ao invés disso sua pontuação é agora os seus pontos de experiência – e alcançar certas pontuações faz com que você suba de nível, o que te dá mais energia.

Famicom
A versão para MSX2 está disponível em disquete e cartucho e é bem similar à versão para o Famicom, exceto pela arte do dragão na tela de título e um final mais longo. A tela não faz scroll, então cada sala é mostrada de cada vez. A versão para o NEC PC-8801 foi feita pela Enix e conta com uma abertura exclusiva que mostra a biografia de Clovis e Celia, sendo a única versão que menciona quem são os personagens do jogo. Fora isso, esta versão é horrível, com controles terríveis e slowdown. Uma conversão perfeita do arcade foi mais tarde lançada no Japão para os computadores X68000 e Windows PC.

Dragon Buster 100
O aparelho japonês Plug-in-Play é bem obscuro e se chama “Dragon Buster 100”. É um jogo muito mais difícil, mas felizmente você pode escolher entre as magias que encontrou, o que significa que você pode guardar as magias mais poderosas para depois. A Namco retirou o mapa e optou pela linearidade. Ele conta com fases horizontais que contém apenas quatro inimigos, com um dragão no fim da fase. Após se terminar 20 fases e matar 100 inimigos, você encontra Celia em sua roupa de coelhinha, te dizendo o quão fantástico você é e que você deve jogar mais. Então o jogo recomeça do zero.