Por GrendalMK2 3 de dezembro de
Dragon Valor (ドラゴンヴァラー) – PlayStation (1999)
Em 1999 a Namco decidiu que a série Dragon Buster precisava ser revivida, então eles inventaram uma roupagem diferente e lançaram Dragon Valor para o Sony PlayStation. Os primeiros anúncios do jogo tentaram vendê-lo como um “Zelda-killer,” mas eles também fizeram isso com vários outros títulos de fantasia, como Hype: The Time Quest (imagino quanto hype eles conseguiram com aquele jogo…). De qualquer forma, Dragon Valor não é na verdade uma continuação, mas uma espécie de spinoff que reconta a história do primeiro Dragon Buster, somando à ele histórias de vingança e romance, tudo num jogo só.
Apesar do marketing, Dragon Valor não é realmente um RPG – na verdade, ele está mais próximo do estilo “beat-em-up” do Golden Axe, com alguns vagos elementos de RPG. Isso funcionou bem em outros jogos, como o Guardian Heroes da Treasure, mas não foi tão bem implementando quanto o foi neste jogo.
O jogo começa com você controlando Clovis, o herói do Dragon Buster original, mas aqui ele parece bem diferente. Depois de se vencer o prólogo e o primeiro capítulo, você pode escolher com qual personagem feminina você deseja se casar. Similar ao Phantasy Star III, sua noiva determina quem serão seus filhos, que você controlará no próximo capítulo. Este é um ótimo conceito, mas que nunca foi bem explorado. Existem apenas três caminhos no jogo, com alguns personagens simplesmente passando pelas mesmas fases. Eles também são controlados da mesma forma, sendo que a sua única diferença são as suas habilidades mágicas. Isso é algo meio limitado, se considerarmos que dá para terminar o jogo facilmente em menos de nove horas. As fases também são extremamente lineares, apesar de algumas delas serem enormes.
Personagens
Clovis
O herói do primeiro jogo volta à ação depois que sua irmã é morta por um dragão. Clovis se torna o rei da nação de Raxis depois de vingar a morte de sua irmã.
Arlen
Um dos filhos de Clovis. Seu reino foi tomado por Volef e ele passa o resto de seu capítulo lutando para recuperar seu trono e também matando um dragão.
Kodel
Outro filho de Clovis. Ele só que se tornar um ladino ao invés de ser um matador de dragões.
Felippe
O filho único de Arlen. Felippe é meio que um perdedor, mas age como se ele fosse o fodão.
Philip
Um dos filhos de Kodel, que é um exímio navegador dos mares.
Gerome
Outro filho de Kodel, que quer se tornar um ladrão, como o seu pai.
Anna
Anna é filha de Felippe ou Gerome, dependendo de como você jogar o jogo. Ela tem duas quests diferentes, dependendo de como você jogar. Ou ela esta em busca de seu irmão gêmeo Miheal, ou quer vingar a morte de um companheiro.
Miheal
Miheal é filho de Felippe ou Gerome. Ele também tem duas quests que são as mesmas da sua irmã Anna, sendo que você acaba jogando a outra quest que não jogou com a Anna.
Anita
Anita é filha de Gerome. Ela é uma exorcista que é contratada para expulsar os demônios do castelo de Raxis e obviamente, os dragões também.
Os controles são bem simples. você pode atacar com a sua espada, pular, dar um pulo duplo, soltar magia, correr usando o botão L1 e se agachar usando o botão R1. Vocè também pode aparar golpes inimigos simplesmente não apertando nenhum botão. Existem também golpes para cima e para baixo, então de certa forma os seus movimentos são bem similares ao do Dragon Buster original. Entretanto, a jogabilidade é muito diferente. Tudo é em 3D, mas a câmera está geralmente posicionada uma visão lateral. Isso significa que é muito mais fácil de se controlar do que na maioria dos jogos de ação em 3D, já que você nunca precisa se preocupar com a câmera.
O sistema de níveis também é novo. Você pode coletar powerups dos inimigos, que aumentam qualquer um dos seus stats, mas estes powerups são mais raros. O sistema de magia funciona da mesma forma, exceto pelo fato de que são os chefes quem deixam os upgrades de magia. Outra semelhança como o Dragon Buster é a tela do mapa, mas o Dragon Valor tende à ser mais linear nos últimos capítulos pois você só tem um caminho à seguir. Entretanto, nos primeiros capítulos você pode escolher entre mais de uma fase.
Há também lojas. Cada loja é gerenciada pelo mesmo cara estranho, que é bem grande e gordo, com um sorriso assustador na cara. Depois de algumas fases, você pode visitar a loja e trocar itens ou comprar equipamentos (geralmente caríssimos e bem ruins). Um aspecto irritante é que você só pode comprar em certas lojas ou trocar em certas outras. Isso não é exatamente um problema, pois as lojas são praticamente inúteis.
De forma geral, a trilha sonora de Dragon Valor se parece bastante com as da série de RPG “Tales Of“, especialmente pelo uso pesado de guitarras sintetizadas. Algumas músicas são bem bacanas, como o tema principal, mas geralmente são extremamente repetitivas e um tanto sem graça.
Como a maioria dos jogos de PlayStation da época, Dragon Valor parece bem quadrado e pixelado, mas não é algo terrível. Ele usa bastante efeitos de blur, especialmente em certos ataques mágicos, cutscenes e ao fazer transição entre telas. Apesar disso parecer bacana no início, acaba cansando depois da bilionésima vez que você o vê.
Em compensação, a arte este jogo é fantástica. Os retratos dos personagens são de um estilo com um quê diferente da arte de anime geralmente usada nos RPGs japoneses e parecem refletir o cuidado que foi tomado com a genealogia de cada personagem. Felizmente, Dragon Valor também tem uma galeria de arte destravável que mostra todas estas ilustrações, para aqueles que se interessarem.
Apesar de tem um conceito legal, Dragon Valor infelizmente demora demais. Como um RPG, a história é quase inexistente e os elementos de customização são limitados. Como jogo de luta, ele é bem divertido no começo, mas se torna repetitivo rapidamente, devido à pouca variedade do seu arsenal. Não é um jogo ruim, mas também não é nada de mais.
Vídeos
Playlist com a trilha sonora:
Um comentário sobre “Especial Dragon Buster, Parte 3: Dragon Valor”