Por Tom Davey em 18 de dezembro de 2014
King Kong 2: Ikari no Megaton Punch (キングコング2 怒りのメガトンパンチ) – Famicom (1986)
King Kong 2: Ikari no Megaton Punch (lit. “King Kong 2: Soco Furioso de 1 Megaton”) é o primeiro jogo do King Kong 2 feito pela Konami, lançado para o Famicom em 1986, no mesmo ano em que o filme estreou. O jogo segue muito pouco o enredo do filme, com Kong como protagonista, procurando pela fêmea capturada que aqui recebeu o nome de Lady Kong. Fora este aspecto da trama, o jogo não possui quaisquer outras similaridades com o filme. Hank Mitchell não aparece em lugar algum do jogo, nem ele nem nenhum dos demais personagens, com Kong aqui já ressuscitado. O jogador deve guiar Kong por nove mundos, sendo que há uma chave em cada um deles, guardada por um chefe, que deve ser coletada para se avançar para a próxima fase.
Kong tem três maneiras de atacar. Apertar o botão A faz Kong saltar, o que não é só útil para evitar os inimigos e obstáculos, mas também causa dano para qualquer coisa que estiver embaixo dele, o que causa uma tremenda satisfação ao realizar esta manobra e e representa de maneira apropriada o peso destrutivo de um monstro gigante como Kong. O botão B controla o soco padrão de Kong e também serve para arremessar pedras (que existem numa quantidade limitada e são deixadas pelos inimigos derrotados) que podem ser equipadas ao apertar o botão select. As fases em si são compostas por selvas e terrenos montanhosos, cidades em várias horas diferentes do dia e labirínticos laboratórios subterrâneos, repletos de jipes, tanques, bolas de gosma, gafanhotos mutantes, fantasmas, dragões, baleias assassinas e até patos. A seleção de inimigos não faz sentido algum, sendo que a maioria deles não se encaixa no material original. Por mais que você possa esperar que hajam inimigos humanos em num jogo de King Kong, em Ikari no Megaton Punch eles estão inexplicavelmente ausentes. Pode-se dizer que eles pilotam os jipe se tanques, mas o fato de que estes lutam ao lado de gosmas e dragões, além do estilo cartunesco do jogo, não seria tão absurdo de se supor que estes veículos são na verdade autônomos.
Falando agora de obstáculos, boa parte do cenário é destrutível, o que é essencial para se revelar segredos, como powerups, que consiste em aumento da sua capacidade de munição, invulnerabilidade temporária e warp zones que permitem que o jogador pule partes do jogo. Falando dos powerups, muitos deles são homenagens à outros jogos da Konami, algo que se tornou quase que marca registrada da empresa. Existe uma estátua Moai do Gradius que te dá uma vida extra, assim como a cruz do Castlevania que destrói todos os inimigos na tela. Também é possível encontrar um powerup na forma do logo da Konami, que faz o Konami Man aparecer e recuperar a energia de Kong.
Os visuais, como disse, são bem cartunescos. Estes de utilizam bem da colorida paleta do Famicom, com todos os elementos do jogo desenhados num estilo “super-deformer”, com muitas animações cômicas de Kong e sua família nas cutscenes. Considerando que o jogo tem muito pouco a ver com o filme em si, fica claro que a Konami tinha em mente uma muito mais leve do filme, sendo mais voltada para crianças, com muitas cores e ação, enquanto a versão para MSX foi feita para uma audiência mais velha, acostumada à jogar RPGs de computador. Quanto a música, apesar de contar com apenas um punhado de faixas, a música preenche todos os quesitos que esperamos numa trilha sonora composta pela Konami, especialmente o tema grudento de fase que toca durante a maior parte do jogo e sem dúvida vai ficar grudado na sua cabeça após ouvi-lo sem parar.
As fases seguem um layout labiríntico que, combinado à visão de cima, acabam sendo parecidas as de outros jogos da época, como The Legend of Zelda. O design de fases não-linear parece complicado no início, mas ao se jogar várias vezes fica fácil de se descobrir a rota mais eficiente e com isso os jogadores mais experientes podem terminar o jogo de forma bem rápida (e se usar o cheat de seleção de fases e um bug na sala antes do chefe é possível se vencer o jogo em minutos).
O jogo é um tanto desafiador, já que ele dá ao jogador apenas três vidas para o jogo todo, mas existe um código para continuar da fase onde você morreu, apertando B, A e Start na tela de título. Quando você termina o jogo, após uma luta brutal contra Kongs-robôs, você recebe um final onde você finalmente se reúne com Lady Kong (que tem pelos cor-de-rosa) e com Baby Kong (que é basicamente o mesmo do filme). Ao segurar A + B durante toda a sequência de créditos se destrava uma mensagem dos desenvolvedores que parabeniza o jogador de acordo com a rapidez com que ele terminou o jogo, havendo 24 mensagens diferentes no total. Depois disso você pode jogar novamente numa dificuldade maior.
Levando tudo isso em consideração, vale à pena se jogar este jogo? Não há nada nele que realmente o destaque entre vários jogos similares no Famicom/NES, fora a novidade em si de se jogar como King Kong. Ainda assim é por isso que recomendo este jogo: é um dos pouquíssimos jogos onde você pode jogar com o Gorila Gigante original e mesmo que o jogo em si não faça muito sentido, vale à penas ao menos pela curiosidade. Sendo um jogo de Famicom ele obviamente nunca foi lançado fora do Japão, mas é bem acessível para jogadores que não falam o idioma, já que há pouquíssimo texto no jogo, além de existir um patch de tradução para o pouco texto presente.
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À seguir: King Kong 2: Yomigaeru Densetsu!
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